segunda-feira, 4 de outubro de 2010

POEMAS EM DUAS LÍNGUAS

Português e Espanhol








LARANJEIRAS

Velhas laranjeiras apinham-se
pelo lado Norte duma serra,
são árvores hercúleos
de verdes centenários.
Ao longe eles parecem decorados,
com esferas perfeitas, rutilantes.
É o belo laranjal ao que galante,
deu-lhe à brisa
flocos brancos,
de neróis inebriantes.

Ah laranjeiras febris
que meu avô plantou,
em horas de desvelo!
Nunca provei, nunca
uma doçura igual!

Me inclino a recolher
estas rainhas sucosas
que caindo de maduras
aguardam por uma mão,
de um amante tão guloso
que as eleve do chão.

E, nesta tarde chuvosa
espera-me o  laranjal;
minha boca esta sedenta
ávida de umidade e de sabor.
Esta boca pecadora
abre-se como uma flor
para haurir o líquido dourado,
que me doa seu fruto,
ditoso, alaranjado.

Versão traduzida do original em espanhol              
Gravatá 2010
Dea Cirse Garcia Coirolo.

NARANJOS
Viejos naranjos se apilan
por el lado Norte de la sierra,
son árboles hercúleas
de verdes centenarios.
Se les ve desde lejos, decorados,
con obleas perfectas, rutilantes.
Son los bellos naranjos que galantes,
le dieron a la brisa
copos blancos,
de azahares deslumbrantes.

¡Ah febriles naranjos
que mi abuelo plantó,
en horas de desvelo!
¡Nunca probé, nunca,
una dulzura igual!

Me inclino  a recoger
estas reinas suculentas,
que cayendo de maduras
esperan con grande anhelo,
por una mano que amante
las levante,  ya, del suelo.

En esta tarde lluviosa
me espera mi naranjal;
tengo la boca sedienta
ávida de humedad y de sabor.
Esta boca pecadora
se abre como una flor,
para sorber el líquido dorado,
que me dona su fruto,
dulzón, anaranjado.

La Sierra de Sarandí de Barcelo. Uruguay.
Julio 1990
Dea Cirse Garcia Coirolo.


Um comentário:

  1. Los naranjos son modestos, amables y bellos como pocos árboles. No solo nos regalan el paladar sino que con su perfume suave y delicado nos deleitan el alma.

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